Ah, o real... Uns têm muito, outros têm pouco, outros matam e morrem por um. O fato é que hoje, 25 de fevereiro, é o 20º aniversário do lançamento do Plano Real, que tinha como objetivo principal acabar de vez com aquela inflação alta que tantos problemas causou para a nossa economia. E para isso, o Besteiras Bestificantes elaborou um pequeno histórico da nossa moeda.
Período A.R. (Antes do Real) - 1500 - 1994
Antes, mas muito antes mesmo do nosso famoso real (R$), vigorava no Brasil o Réis (R$ também), cujo singular era... Real! Era a moeda usada em Portugal e foi usada por aqui até 1942, com a criação do Cruzeiro. Quando os nossos tataravós queriam negociar muito dinheiro, usavam os termos contos de réis (que era simplesmente 1 milhão de réis), e os outros apelidos dessa moeda antiga eram Vintém - 20 réis, Tostão - 80 réis (período Colonial e Imperial); 100 réis (em cuproníquel emitida entre 1917 a 1932), Pataca - 320 réis, Cruzado - 400 / 480 réis, Patacão - 960 réis, Dobra - 12.800 réis (12$800) e Dobrão - 20.000 réis (20$000).
Olha só como a inflação era alta! |
Depois veio o Cruzeiro (Cr$ ou ₢$), que por ter surgido bem no meio da Segunda Guerra Mundial, não foi possível num primeiro momento a fabricação de suas moedas metálicas, tampouco sua conversão em Mil-Réis. Por conta da inflação, lançaram-se notas de 5 mil e 10 mil, que serviram de padrão para a criação do Cruzeiro Novo (NCr$), que circulou entre 1967 e 1970. Depois voltou a circular normalmente, e junto com elas os centavos, que circulavam desde a criação do Cruzeiro, mas foram extintas em 1984. O Cruzeiro como moeda acabou mesmo em 1986, dando lugar ao Cruzado (Cz$).
O Cruzado foi criado para conter a inflação, que era inacreditavelmente alta, mas não resolveu nada. Com ele voltaram os centavos, que tinham sido abolidos dois anos antes, e valia 1000 cruzeiros novos. Depois deu lugar ao Cruzado Novo (NCz$), que surgiu no Plano Verão, só circulou por um ano (de 1989 até 1990) e correspondia a mil cruzeiros. Depois, surgiu uma nova versão dos Cruzeiros (Cr$), cuja nominação foi para evitar problemas judiciais com reparação de moedas no Plano Bresser. Lançaram moedas de 10 mil, 50 mil, 100 mil e de 500 mil, que perdeu 3 zeros com a troca para o Cruzeiro Real.
Exemplar de nota com carimbo |
O Cruzeiro Real (CR$) também só durou um ano (1993-1994), e também equivalia a mil cruzeiros (ô povinho pra gostar de mil cruzeiros!). Tiveram preguiça de emitir moedas de centavos, usando as moedas antigas, e reciclaram as moedas de 50 mil, 100 mil e 500 mil, colocando um carimbo com o novo padrão. Depois emitiram novas, e emitiram também moedas de 50 e 100 cruzeiros reais, mas como o nome da moeda era grande, eles só colocaram o símbolo CR$ nelas. Até que em 1994, eles recolheram tudo e substituíram pelas novíssimas notas de real (R$), que usamos agora.
Período T.R. (Transição para o Real) - 1994
Todas essas moedas não ajudaram em nada no combate à inflação. Só fizeram confundir a vida do brasileiro que tinha que trocar toda hora as suas notas. E foi aí que o então Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso elaborou o Plano Real, que tinha como ideia básica equiparar o valor da moeda brasileira com o Dólar americano. Isto significava que o real tinha um teto e um piso previamente definido para que o valor da moeda flutuasse. Caso a cotação chegasse ao teto, o Governo se comprometia a vender dólares e forçar queda de cotação. O inverso acontecia quando a cotação atingia o piso. Depois, houve a criação da URV para preservar o poder de compra da massa salarial, evitando medidas de choque como confisco de poupança e quebra de contratos, e só em julho é que o real foi lançado de vez no mercado. Contudo, surpreendendo muitos, o real valorizou-se logo após ser lançado. Assim, essa moeda valeria uns 2750 cruzeiros reais. Depois, FHC saiu do cargo pra se candidatar à presidência da República.
Período D.R. (Depois do Real) - 1994 - ?
O real foi oficializado como moeda no dia 1º de julho de 1994. Diferente das moedas anteriores, no seu verso não tinham personalidades históricas, para evitar conflitos judiciais, como o que teve com a família de Mário de Andrade (que ficava na nota de 500 mil cruzeiros), e que poderiam atrasar os lançamentos das notas. Escolheram estampas de bichos que simbolizavam a fauna brasileira.
Mas, nas moedas de centavos que foram lançadas no finzinho dos anos 90, tivemos personalidades ilustres nos versos, como Pedro Álvares Cabral (1 centavo), Tiradentes (5 centavos), D. Pedro I (10 centavos), Marechal Deodoro da Fonseca (25 centavos) e o Barão do Rio Branco (50 centavos). Nas primeiras moedas de real e na moeda de 1 real atual, temos a Efígie da República.
Com o Real, nossa inflação reduziu drasticamente, FHC foi eleito presidente e se reelegeu, e o Brasil se tornou uma economia mais forte e confiável. E aguarde, porque em breve este blog trará um especial sobre todas as moedas e notas de reais que já passaram pelos nossos bolsos!
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