terça-feira, 18 de março de 2014

BOMBA! UOL e Terra não podem mais cobrir o BBB!




Nunca antes na história desse país aconteceu algo semelhante ao que ocorreu hoje à tarde: A Globo e o Grupo Endemol, donos do formato do “Big Brother” no Brasil, venceram uma ação judicial contra os grupos UOL e Terra, proibindo os portais e seus associados de fazer cobertura intensiva do “Big Brother”.

Ninguém entendeu nada: porque a Globo, que se diz defensora perpétua e incansável da liberdade de expressão iria tomar uma decisão dessas, já que o UOL e o Terra são (ou pelo menos eram) portais parceiros que ajudam na divulgação de seus programas, séries e realitys. O UOL já foi notificado e já não exibe os links sobre o programa. O Terra diz ainda não ter sido notificado. Mas o que teria levado a Globo a tomar uma medida tão drástica? Tente entender lendo abaixo:

Explicação da Globo


Segundo o site Notícias da TV, a Globo e a Endemol, dona do formato de BBB, entraram na Justiça contra os portais alegando "violação de direitos autorais" na cobertura do reality show e consequentes "prejuízos" comerciais à emissora.

Hoje a onça pantera bebeu água!
De acordo com a liminar da 5ª Vara, contra o UOL, o portal mantém "site exclusivo para exploração do BBB, no qual se destacam algumas inequívocas semelhanças com o sítio oficial da primeira autora [Globo]". Para a juíza que concedeu a liminar, "não se trata de mera informação jornalística, mas autêntica exploração comercial, que, por ser desautorizada, pode caracterizar concorrência desleal".

Estranho eles só repararem nisso agora, 12 anos depois do reality começar. Afinal, esses portais cobrem o programa desde a primeira edição, e no UOL poderíamos ver as notícias publicadas sobre as primeiras edições, quando o design do site não era tão bonito, clean e moderno.

O que leva ao surgimento de uma teoria conspiratória para explicar este assunto:

A Globo tem a mania de monopolizar tudo. A tv paga, por exemplo, é dominada por ela, assim como a TV aberta cujas afiliadas pertencem aos políticos e empresários amigos da emissora. Isso vem desde a sua consolidação, nos anos 70, na qual a Globo, por ser amiga dos militares que dominavam o país, conseguia concessões e mais concessões através de bajulações aos que mandavam.

Veio a democracia e a Globo resistiu bravamente. Que o diga o pessoal das Diretas Já, que bradavam “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo” e a poderosa dizia se tratar apenas de uma reunião para comemorar o aniversário de São Paulo. Mas, como a democracia era inevitável, a emissora carioca resolveu se aliar aos políticos que mantivessem os seus privilégios. 

Hoje tem a Internet, cada vez mais forte, e a Netflix se consolida vendendo pacotes de temporadas completas de séries e filmes. Sem falar no Youtube, que exibe vídeos sobre os mais variados assuntos. Mas a Globo insiste em não permitir que os brasileiros possam ver as suas novelas recentes e mais antigas (que nunca serão reprisadas no Vale a Pena Ver de Novo e pelo canal Viva) e dá um jeito de deletar os vídeos com séries e novelas do Youtube.

Tanto UOL quanto Terra fazem (ou faziam) uma cobertura intensiva de Big Brother Brasil. Jornalistas trabalham 24 horas na cobertura do programa. Os profissionais não apenas assistem às transmissões via pay-per-view, às quais qualquer pessoa tem acesso (desde que pague, é claro). Eles mantém por mais tempo na fama os ex-BBBs e seus parentes, informam suas baixas audiências e escrevem análises e críticas.

O trabalho é essencialmente jornalístico e, como não poderia deixar de ser, concorre com o site oficial de BBB, que também noticia o que acontece no confinamento do programa. Mas não se trata de apropriação de conteúdo produzido pela Globo e sim de cobertura de transmissão realizada pela Globo. Obviamente, para financiar os custos dessa cobertura, os portais vendem publicidade.

A Globo pode ter feito uma pesquisa e visto que as notícias divulgadas nesses portais eram mais acessadas do que as notícias divulgadas no site do programa. E às vezes, os resultados das enquetes desses sites sobre quem seria eliminado do programa eram diferentes dos resultados do paredão. Isso dava margem a discussões dizendo que o programa era manipulado.

Aí, a emissora anunciou que iria tentar acabar com sites que disponibilizam vídeos do programa 24 horas por dia e que promovem enquetes similares às do programa.

Resposta 


O pessoal de lá ficou bem bravo e indignado com o resultado da ação. O Terra disse que "não faz uso desautorizado de material protegido por direito autoral ou de propriedade intelectual da TV Globo". Já o UOL se justificou dizendo que:

A censura à cobertura do "BBB" pretendida pela Globo não tem precedente na história do UOL. Há 12 anos, o portal oferece uma cobertura independente do "Big Brother Brasil", à qual aplica os mesmos valores e princípios jornalísticos que norteiam toda a produção de conteúdo. No mesmo período, o UOL produziu reportagens sobre outros realities shows de grande repercussão. (...) Diferentemente do que alega a ação movida pela TV Globo, todo o conteúdo usado pelo UOL traz o crédito correto e cumpre integralmente a lei de Direitos Autorais. Movido pela sua confiança na Justiça do Rio e acreditando no princípio inalienável de exercício da livre expressão e informação, o UOL tomará as medidas cabíveis para reverter a decisão.” 

Aqui você pode ler a nota completa.

Com essa decisão, os blogs do Maurício Stycer, da Morango e o blog O Brasil Tá Vendo não podem mais falar nadinha do programa. O Maurício Stycer fala de outros assuntos, então não vai morrer por causa disso. Já os dois outros blogs se dedicavam completamente ao programa, e talvez sejam fechados, se a decisão não se reverter ou não mudarem de assunto. Sem falar nos jornalistas, que davam verdadeiros plantões em frente à TV, dando dinheiro pra Globo ao pagar o pacote do “Pay Per View” e escrever suas notas, que usamos como fonte para fazer nosso post sobre a quase expulsão do Marcelo. 

Menos site pra dar entrevista...

Não se sabe se os portais conseguirão reverter essa decisão a tempo da final, mas uma coisa é certa: a imagem da Rede Globo vai ficar mais arranhada do que já é.

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