terça-feira, 7 de janeiro de 2014

EXCLUSIVO: Conheça os atores de uma novela só

Na música, é comum ouvir falar dos cantores de uma música só: Cantores que só fizeram sucesso com uma música ou um CD e depois sumiram da mídia. Pois então, pensando nisso, o Besteiras Bestificantes bolou uma listinha com atores de uma novela só: atores que só fizeram uma novela ou que só fizeram sucesso em uma novela e depois sumiram.

Vamos à lista!

Dener Pacheco - Caras e Bocas (2009-2010)


Próxima segunda, a Globo vai reprisar Caras e Bocas. Todos se lembram dela como a novela do macaco Xico, que pintava quadros, mas esta novela também é conhecida por ter sido o único trabalho na TV do ator Dener Pacheco (1983-2010), que interpretava o personagem Renan, um chef de cozinha que sofria de problemas psiquiátricos. 
O ator, nascido em Tubarão (SC), foi pra São Paulo para tentar a carreira de modelo, mas antes de conseguir, trabalhou cinco anos como garçom, vendedor de material de limpeza e de loja de shopping center, em São Paulo, até surgir um trabalho para fotografar como modelo. 
Depois, ele chegou a fazer um editorial da grife Louis Vuitton, em Punta Del Este, Uruguai. Em agosto de 2009, Dener mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro. Ele morou com a atriz Sophie Charlotte, que foi seu par romântico na novela.
Depois da novela, Dener estava ensaiando a peça "Vem Comigo", que estrearia em março, mas o câncer o levou no dia 6 deste mês. Ele já sabia da doença, mas só tinha contado para alguns amigos, para não preocupar os familiares do Sul. Na época, a atriz Rachel Ripani passou o Carnaval com ele, mas estranhou a grande quantidade de remédios que ele tomava e até brigou com o ator. O autor Walcyr Carrasco disse que Pacheco fez um teste para o papel de Cássio em Caras & Bocas, que acabou ficando com Marco Pigossi. "Dener ficou arrasado. Meses depois surgiu o Renan e eu o chamei. Soube então que ele havia operado de um gânglio na garganta. Na época, perguntei se era maligno e ele não respondeu, julguei que não era. Mas hoje penso que ele já sabia", contou o autor. "Durante as gravações teve alguns problemas de saúde, mas não liguei uma coisa à outra."

Sandy - Estrela Guia (2001)


No início dos anos 2000, a dupla Sandy & Junior era o maior sucesso, tanto por suas músicas, tanto por seu trabalho na TV com a série, exibida aos domingos. Aproveitando desse sucesso, a Globo resolveu que Sandy deveria ser estrela de suas novelas. E tirou a moça da série temporariamente para protagonizar a novela Estrela Guia, que durou apenas quatro meses, mas fez sucesso. Na novela, Sandy interpretava a personagem Crystal, que tinha perdido seus pais e se apaixonava por seu padrinho Tony, interpretado por Guilherme Fontes. Na época, a maior polêmica (e o momento mais aguardado pelo público) era sobre o beijo dos personagens da Sandy e do Guilherme, se iria sair, se seria técnico ou de língua. O beijo acabou saindo. O irmão Junior também ganhou um personagem na novela: o malabarista Zeca.

Adriane Galisteu - Xica da Silva (1996)



A apresentadora Adriane Galisteu já tentou a carreira como atriz, e sua participação em Xica da Silva a fez mudar de ideia, pelo menos quanto aos trabalhos na TV. O motivo: Sua personagem, Clara Caldeira Brant, tinha tantas cenas de nudez que a sua participação nessa novela ficou resumida a isso, pois as novelas da Manchete tinham a nudez como marca registrada. A novela, que era de Walcyr Carrasco, mas pelo seu contrato com o SBT, assinou como Adamo Angel, fez muito sucesso, e o próprio SBT a reprisou em 2005. Durante a reprise, Galisteu declarou que não a assistia, pois tinha horror à novela, embora reconhecesse que ela foi importante para torná-la famosa. Contudo, a atriz, pelos seus trabalhos no teatro e no cinema, foi cogitada para participar de uma novela da Globo.


Chris Pitsch - A Viagem (1994)



O remake de A Viagem, sempre lembrado pelas cenas fortes do personagem Alexandre (Guilherme Fontes), e que volta e meia é reprisada pelo Vale a Pena Ver de Novo, também é conhecida por ser a única novela da carreira de Chris Pitsch (1971-1995). A atriz, que interpretava a personagem Bárbara, sofria de cardiopatia congênita e começou a passar mal enquanto assistia TV com seu marido. Desmaiou e o marido levou para um hospital, onde, mesmo recebendo socorro médico, faleceu, no dia 20 de outubro de 1995, aos 24 anos.


Mussunzinho - América (2005)


A novela América ainda hoje é lembrada e querida por todos. Seus personagens foram muito marcantes, mas esse também foi o primeiro trabalho do ator Mussunzinho, filho do grande comediante Mussum (1941-1994). Ele foi descoberto pela Sônia Abrão em 2003, e sua mãe pleiteava o reconhecimento da paternidade do filho pela família de Mussum, além de ajuda, pois ele estava doente na época. Ao saber disso, Glória Perez prometeu a ele um papel em sua próxima novela, e assim o fez: Em 2005, Mussunzinho dava vida ao esperto Farinha, ajudante de Seu Gomes, e que tinha um bordão: "Copiou, Farinha?" ao qual ele respondia sempre: "Copiei, Seu Gomes". Esse personagem fez muito sucesso, e ele venceu o Melhores do Ano em 2005 na categoria Melhor Ator Mirim. Desde então, fez outros trabalhos, mas não conseguiu repetir o sucesso: seu nome apareceu nos créditos de Duas Caras (2007), mas ele não esteve em nenhuma cena da novela. Em 2008, interpretou Maicon em Caminho das Índias, e seu último trabalho foi em Salve Jorge, como o blogueiro Sidney.

Nico Puig - Olho no Olho (1993)


O ator Nico Puig já fez diversos trabalhos na Globo, no SBT e na Record, dando vida a vilões frios e malvados. Mas, sem dúvidas, o seu trabalho mais lembrado é o paranormal Fred de Olho no Olho. Seu personagem liderava uma organização criminosa junto com seu tio César Zapata (Reginaldo Faria), e eram duramente combatidos pelo ex-padre Guido (Tony Ramos) e pelo também paranormal Aleph (Felipe Folgosi), com quem trava uma batalha de vida ou morte no último capítulo da novela. Este personagem fez tanto sucesso que o ator não conseguiu se livrar do rótulo de Bad Boy, interpretando tipos assim em Malhação (1995 e 1996), Pequena Travessa (2003) e Amor e Revolução (2011), seu mais recente trabalho.

Guilherme de Pádua - De Corpo e Alma (1992)


A novela de Glória Perez falava sobre transplante de órgãos, mas ficou marcada por um crime brutal: o assassinato da atriz e filha de Glória, Daniela Perez, pelo seu colega de elenco Guilherme de Pádua e Paula Thomaz, a mulher dele. Daniela interpretava a bailarina Yasmin, que era apaixonada por Caio (Fábio Assunção), mas se envolvia com Bira (Guilherme de Pádua), que era sócio da irmã dela, a Paloma (Cristiana Oliveira) de uma empresa de ônibus clandestinos. 
Guilherme tinha feito uma participação em Mico Preto (1990), e já estava em seu segundo trabalho, mas De Corpo e Alma era o seu primeiro papel importante, e seu personagem Bira tinha mais destaque. E ele poderia ter feito muito mais trabalhos, se não fosse o crime que cometeu.

O crime se deu no dia 28 de dezembro, quando os atores gravaram o rompimento de seus personagens. E Guilherme, ao ver que seu personagem sumia por dois capítulos, aparentemente ficou nervoso, procurou Daniela e entregou dois bilhetes. Assustada, Daniela não disse de que se tratava. Guilherme saiu, pois não gravava mais naquele dia e foi até seu apartamento, buscou sua esposa Paula - grávida de quatro meses - , lençóis e travesseiros, e foram aos estúdios Tycoon - onde eram gravadas as cenas da novela. Guilherme saiu, e Paula ficou no carro escondida, coberta por um lençol. 
Por volta das 21 horas, Daniella terminou de gravar e deixou os estúdios com Guilherme. No estacionamento, tiraram fotos com fãs, bateram papo, e, então, a atriz saiu do estúdio dirigindo um Escort. Em seguida, Guilherme saiu dirigindo seu Santana. Minutos depois, Daniella parou no posto Alvorada, na avenida homônima (atual Avenida Ayrton Senna), para abastecer. Na saída do posto, seu carro foi fechado pelo Santana de Guilherme, que a esperava no acostamento. Após a fechada, os dois desceram de seus respectivos carros e Guilherme deu um murro na cara da atriz, que desmaiou. Isso tudo com dois frentistas do posto vendo. Guilherme então colocou a atriz desacordada no banco de trás de seu Santana, agora dirigido por Paula. Guilherme tomou a direção do Escort de Daniella e ambos os carros deixaram o posto em direção à Avenida das Américas. Da Avenida das Américas, os carros entraram na Rua Cândido Portinari, uma rua deserta da Barra da Tijuca, e pararam em um terreno baldio. 
Lá, Guilherme e Paula começaram a apunhalar Daniella - primeiro dentro do carro, depois em um matagal próximo. A perícia comprovou que Daniella Perez foi morta com 18 estocadas que atingiram o pulmão, o coração e o pescoço. O advogado Hugo da Silveira, que passava pelo local do crime, achou estranho dois carros parados em um local ermo e, pensando se tratar de um assalto, anotou as placas. Viu no Santana um homem e uma mulher de rosto redondo, que depois concluiu-se ser Paula Thomaz. Dirigiu-se então a sua casa, de onde chamou a polícia. 
Quando chegou ao local, a polícia só encontrou o Escort de Daniella. Vasculhando numa moita, encontraram o corpo. Guilherme e Paula chegaram a consolar Glória Perez e o marido da atriz, Raul Gazolla. Mas, quando foi descoberto que o casal tinha assassinado Daniella e o motivo torpe que os levou a cometer o crime, a revolta foi tanta que as chances de Guilherme de Pádua voltar a trabalhar em novelas acabaram rapidamente. Paula foi solta em 1999, casou-se novamente com o advogado , cria seus três filhos - incluindo o filho que teve com Guilherme de Pádua-, escreveu um livro, "Que Amor é Esse? A história Real de Guilherme de Pádua", e vive reclusa, por causa dos comentários hostis que recebe quando é reconhecida. E Guilherme também foi solto, escreveu um livro intitulado A História que o Brasil desconhece, e tornou-se obreiro da Igreja Batista de Lagoinha.

Enfim, enquanto uns emendam uma novela atrás da outra, outros, por incompetência própria, falta de oportunidades ou por azar do destino, perdem a chance de fazer mais trabalhos, mas a profissão de ator é assim mesmo, e cabe ao artista estar preparado para os imprevistos da vida.

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