Quem acompanha os noticiários certamente sabe que o Iraque estava se recuperando da invasão americana, e não deve estar entendendo o motivo desse país ter retornado às manchetes da pior maneira possível: com mais guerras sangrentas e morte. Assim, o Besteiras Bestificantes elaborou um post explicando pra você um pouco mais sobre o assunto.
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Histórico
O Iraque é o que antigamente se chamava de Mesopotâmia, reino bastante poderoso e influente da Antiguidade. Lá ficava a Babilônia, uma das regiões mais ricas e poderosas do Mundo Antigo. Depois, passou a integrar o Império Otomano, até que, com a Primeira Guerra Mundial, forças inglesas passaram a ajudar sublevações regionais contrárias ao domínio otomano.
Os limites e regimes do Oriente Médio definidos por um acordo de 1916.
Segundo o ele, o Reino Unido e a França dividiram as terras do meio
leste do Império Otomano em esferas de influência e uma série de
pequenos tratados após o final da Primeira Guerra Mundial definiram as
fronteiras finais, criando o Líbano, a Síria, o Iraque, a Jordânia e o
mandato britânico na Palestina (que abriria caminho para a criação de
Israel). As linhas foram traçadas de acordo com os interesses dos
europeus, sem preocupação com o que acontecia com as populações dos
territórios.Os países árabes que formavam o Império Otomano conseguiram manter, décadas após a independência, as
fronteiras demarcadas pelos europeus há quase um século - em parte por
imposição de governos autoritários que controlavam a enorme mistura de
etnias dentro de seus territórios.
Mais recentemente, em especial os três anos de revoltas árabes, liberou
antigas alianças e ódios que cruzam fronteiras - o que pode redefinir
Estados e poderes na região. A animosidade entre muçulmanos xiitas e
sunitas, os troncos rivais do Islã, podem ser os confrontos mais
profundos.
O grupo Estado Islâmico do Iraque e Levante
Foi criado em 2004, no começo da Guerra do Iraque, como um dos braços da Al-Qaeda, com quem rompeu posteriormente. Formado por extremistas sunitas, têm como objetivo criar um Estado muçulmano que inclua as zonas sunitas do
Iraque e da Síria. A violenta ofensiva do grupo tem apoio de sunitas
descontentes com o governo de Bashar Al-Assad na Síria e também com o
governo iraquiano xiita, que se negou a dialogar com os sunitas por temer perder o poder. Este grupo é conhecido pela sua implacável perseguição às minorias religiosas, como os cristãos e yazidis, e aos xiitas, que são maioria no Iraque, obrigando estes grupos a se converter ao islã, pagar uma alta taxa religiosa ($$$$$$) ou a terem uma morte lenta e dolorosa. A Veja tem um gráfico mostrando o avanço do grupo:
Por que os sunitas e xiitas se odeiam?
Essa rivalidade no Islã teve origem após à morte de Maomé, o fundador da religião. Os xiitas são mais extremistas, creem que a única liderança legítima era a que vinha da linhagem do primo e genro de Maomé, Ali e consideram ilegítimos os três califas sunitas que assumiram a liderança da comunidade muçulmana após a morte de Maomé. Eles acreditam que a adoção de princípios rígidos na vida garantiria o retorno
do último descendente direto de Maomé para governar a humanidade. Já os sunitas baseiam sua vida no Corão, livro sagrado dos muçulmanos, e na Suna, livro que contém preceitos estabelecidos pelos tais quatro califas. Adotam uma interpretação mais flexível dos textos sagrados e adaptam sua
crença ao tempo em que vivem. Sua ação política e religiosa é marcada
pela conciliação e pragmatismo, com o diálogo entre povos e religiões. Mas o grupo terrorista Estado Islâmico, que se diz sunita, não age de maneira conciliatória. Suas ações poderiam tranquilamente ser encaixadas como de grupos xiitas. Por isso, eles são enquadrados como jihadistas: acreditam que é necessária uma Guerra Santa liderada pelo califa para eliminar os que eles consideram infiéis da face da Terra. O califa do Estado Islâmico é o misterioso e desconhecido Abu Bakr al-Bagdadi, chamado pelo grupo de "califa de todos os muçulmanos".
Quem seria Abu Bakr al-Bagdadi?

Quais são os grupos perseguidos?
Esses conflitos podem fazer com que os EUA retomem o poder no Iraque?
O presidente americano Barack Obama vinha tentando se manter neutro quanto a esse conflito, ainda mais depois de ter retirado as tropas do Iraque em 2011, mas com o agravamento da situação, os Estados Unidos enviaram em caráter de urgência centenas de soldados ao país, que poderão até agir em conjunto com o outrora inimigo Irã, para apoiar o governo iraquiano. Se houver, a ação conjunta será algo inédito desde a revolução iraniana de 1979 e demonstra a urgência e a preocupação com o avanço da insurgência radical.
Em 7 de agosto, Obama autorizou a realização de ataques aéreos para defender as minorias que estão sendo massacradas pelos jihadistas no país, e o primeiro foi realizado no dia seguinte, 8 de agosto. Mas com a divulgação da morte do jornalista americano James Foley, mais países demonstraram preocupação com esse conflito, especialmente a Inglaterra, pois o terrorista que decapitou Foley tinha sotaque britânico. Sobre a morte e o grupo terrorista, Obama disse que o EI é um “câncer que precisa ser combatido antes que se espalhe (...) Nenhuma fé ensina as pessoas a massacrarem os inocentes (...) Não há espaço para o EI no século XXI". O democrata também garantiu que os Estados Unidos não vão mudar sua postura em relação ao Iraque. “Os Estados Unidos vão continuar a fazer o que deve ser feito para proteger seu povo”.
Em 7 de agosto, Obama autorizou a realização de ataques aéreos para defender as minorias que estão sendo massacradas pelos jihadistas no país, e o primeiro foi realizado no dia seguinte, 8 de agosto. Mas com a divulgação da morte do jornalista americano James Foley, mais países demonstraram preocupação com esse conflito, especialmente a Inglaterra, pois o terrorista que decapitou Foley tinha sotaque britânico. Sobre a morte e o grupo terrorista, Obama disse que o EI é um “câncer que precisa ser combatido antes que se espalhe (...) Nenhuma fé ensina as pessoas a massacrarem os inocentes (...) Não há espaço para o EI no século XXI". O democrata também garantiu que os Estados Unidos não vão mudar sua postura em relação ao Iraque. “Os Estados Unidos vão continuar a fazer o que deve ser feito para proteger seu povo”.