A Fórmula 1 é um esporte bastante competitivo, e às vezes, esse clima de disputa prevalece e as rivalidades ficam mais latentes. Assim, o Besteiras Bestificantes pesquisou histórias de pilotos que até poderiam se dar bem fora da pista, mas quando entravam no cockpit, sai de baixo!
Hunt X Lauda
Essa rivalidade é tão famosa que até virou filme (Rush), e a história tem todos os ingredientes de um bom dramalhão: James Hunt, fanfarrão, mulherengo e gente boa, era da McLaren, enquanto Nikki Lauda, metódico e certinho, era da Ferrari. Os dois não eram lá amigos de infância, mas em 1976, o clima esquentou: Lauda, que defendia o título, liderava as primeiras etapas, mas via o inglês festeiro se aproximar, sendo que na metade do campeonato, Hunt tinha apenas 26 pontos e Lauda 52. Tudo isso, aliado às picuinhas e ofensas trocadas nos bastidores, tornavam a rivalidade ainda maior, mas foi no GP de Nurbugring que ela quase teve um fim trágico: o austríaco sofreu um gravíssimo acidente que quase tirou sua vida. Um padre até foi dar a extrema-unção, mas seis semanas depois, Lauda já estava de volta, com queimaduras graves que deformaram seu rosto e tirou partes de sua orelha direita. Ele voltou a correr naquele ano, mas na última corrida, GP do Japão, houve um temporal e temendo sofrer outro acidente, ele abandonou a corrida e viu seu rival chegar em terceiro e vencer aquela temporada por apenas 1 ponto. No ano seguinte, Lauda ganhou outro título, e deixou a F1 em 1979, retornou em 1982, e saiu de vez em 1985, enquanto Hunt competiu até 1979 e faleceu aos 45 anos, em 1993.
Pironi X Villeneuve
Didier Pironi e Gilles Villeneuve protagonizaram a briga entre companheiros de equipe mais trágica da história da Fórmula 1. Correndo pela Ferrari em 1982, os pilotos se envolveram em confusão numa corrida que deveria ser uma das vitórias mais tranquilas da Ferrari, equipe a qual pertenciam, na Fórmula 1. Em meio a um boicote à FIA, apenas 14 carros participaram da corrida em Ímola, e a Ferrari era claramente superior aos outros carros que disputaram o GP de San Marino. A vitória estava previamente definida para Villeneuve, mas Pironi desobedeceu às ordens da equipe e chegou à frente do canadense naquela corrida. Isso irritou Villeneuve profundamente e o canadense jurou dar um troco. Duas semanas depois, enquanto tentava sua vingancinha em Pironi na corrida seguinte, Gilles Villeneuve abriu desesperadamente uma última volta rápida nos treinos classificatórios, sofreu um gravíssimo acidente com a March de Jochen Mass, e partiu desta pra uma melhor. Já Pironi continuou a correr, mas em 1982, ele sofreu um acidente semelhante ao de Villeneuve, nos treinos do GP da Alemanha. Ele sobreviveu, mas não voltou mais a competir na Fórmula 1. Contudo, em 1987, enquanto disputava uma corrida de barcos, o seu barco virou numa onda e ele faleceu aos 35 anos.
Senna X Prost
A histórica rivalidade entre Ayrton Senna e Alain Prost se desenhava desde a primeira vitória marcante do brasileiro, que com sua Toleman capenga e debaixo de um toró, vinha ultrapassando todos os adversários, e quando se aproximava do experiente Prost, a prova foi suspensa e ele ficou em segundo. Mas ela começou em uma picuinha interna dentro da McLaren. Os pilotos haviam combinado que, independente de qual dos dois tomasse a ponta de uma corrida na largada, o companheiro não tentaria ultrapassá-lo logo na primeira curva. Só que em Ímola, Senna descumpriu o combinado e atacou Prost na segunda curva, ultrapassando o francês que não esperava a ofensiva do brasileiro. A partir daí, todos conhecem a velha rivalidade entre os dois pilotos: Em 1988, Senna venceu sua primeira temporada depois de derrotar Prost de forma espetacular no GP do Japão enquanto estavam na McLaren. No ano seguinte, no mesmo circuito, veio o troco. Senna e Prost, que tinha mudado de equipe, bateram na 46ª volta, e o brasileiro até continuou a correr naquele dia, mas sua vitória foi anulada, o que deu o título a Prost. Em 1990, novamente no Japão, foi a vez de Senna se beneficiar de uma batida com Prost para erguer o título - um acidente que, para muitos, foi premeditado pelo brasileiro. Depois disso, Senna e Prost ganhariam mais um título cada, mas sem disputas diretas pela taça. Apesar de todas as provocações e críticas do passado, Prost veio ao Brasil para o funeral de Senna e prestou sua homenagem ao adversário mais famoso.
Hamilton X Rosberg
Atualmente, vemos os companheiros de equipe Lewis Hamilton e Nico Rosberg se digladiarem na Mercedes. Os dois pilotos têm a mesma idade, começaram juntos no kart, e até tinham um bom relacionamento, mas quando passaram a dividir a equipe, o clima pesou. Em quase todas as corridas até aqui, um dos dois foi pole e venceu a corrida. Mas a rivalidade entre a dupla estourou no GP de Mônaco, em maio, quando Rosberg garantiu a pole position após se beneficiar de um erro e Hamilton achou que o parceiro foi para a área de escape de propósito para provocar a bandeira amarela e atrapalhar sua volta rápida, o que fez com que o inglês rompesse a amizade com o alemão. Já no GP da Hungria, último antes da parada das férias, foi a vez de Nico se irritar com Hamilton, que se recusou a aceitar o pedido de dar passagem ao companheiro que vinha com uma estratégia de um pit stop a mais. Hamilton até chegou a questionar a verdadeira nacionalidade do alemão.
Mas foi nesse último domingo que a situação chegou ao limite: Na segunda volta do GP da Bélgica, Rosberg furou o pneu de Hamilton, que caiu pra último e abandonou a corrida a 5 voltas do fim, enquanto Rosberg chegou em segundo, atrás de Ricciardo, da RBR, e teve que aturar as vaias do público. Sobre o assunto, Hamilton disse que o colega de equipe fez de propósito e queria se vingar do que ocorreu no GP da Hungria. Já Rosberg, que lidera o campeonato com folga, disse que foi apenas “um lance de corrida”.
E pra fechar, trouxemos aquela que poderia ter sido a maior rivalidade de todos os tempos, se não fosse uma certa curva Tamburello:
Senna X Schumacher!
Os fãs de Fórmula 1 certamente gostariam de ver os dois melhores pilotos de todos os tempos brigando feio nas pistas. E em 1994, as coisas estavam tomando esse rumo: Ayrton era um piloto experiente, estava na Williams, considerada a melhor equipe da época, e Michael, que só tinha três anos de carreira, já começava a despontar na Benneton. As três primeiras corridas da temporada seguiram o mesmo roteiro: Senna pole, Senna tem um imprevisto e abandona, Schumacher vence. Na última corrida da vida de Senna, o roteiro foi exatamente igual: Senna foi pole, Senna sofreu aquele gravíssimo acidente que tirou sua vida, e Schumacher venceu a corrida e a temporada.
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