Hoje (e não o dia 20 de junho) é o Dia do Amigo, dia em que você envia aquelas famosas e fofas mensagens por e-mail ou Facebook para seus amigos e/ou compra presentinhos bacanas pra eles, e toma cuidado pra não se esquecer de nenhum, pra não perder a amizade. Para homenagear esta data tão especial, o Besteiras Bestificantes pesquisou e trouxe algumas amizades famosas da História.
Davi e Jônatas
Tem amigos que são tão ligados um ao outro que os outros pensam que eles são bem mais do que amigos (se é que você me entende). Esse, pelo visto, é o caso de Davi e Jônatas, que os ativistas gays insistem em taxá-los como casal, mas que não passavam de melhores amigos. Jônatas era o filho mais velho do Rei Saul, mas Deus tinha escolhido Davi para ser seu sucessor depois das cagadas que Saul tinha feito. Em vez de odiar mortalmente Davi por ter perdido sua sucessão no trono, Jônatas o tratou bem e se aliou a ele, enquanto seu pai se tornava cada vez mais obcecado pelo poder e queria matar seu amigo. Jônatas conseguiu convencer seu pai a não matar Davi por um tempo, mas Saul voltou a surtar de raiva e Davi precisou fugir, então Jônatas vai escondido ao cafofo dele para uma triste despedida: "E, indo-se o moço, levantou-se Davi do lado do sul, e lançou-se sobre o seu rosto em terra, e inclinou-se três vezes; e beijaram-se um ao outro, e choraram juntos, mas Davi chorou muito mais", mas antes de você imaginar aquele beijão de língua, calma, pois no Oriente Médio, é costume dos homens se beijarem no rosto. Quando Jônatas faleceu, Davi ficou profundamente triste e declarou uma frase que hoje é polêmica: "Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; quão amabilíssimo me eras! Mais maravilhoso me era o teu amor do que o amor das mulheres", isso, em vez de mostrar que Davi era apaixonado por seu amigo, mostrava apenas que uma amizade verdadeira e sincera era para o futuro Rei de Israel mais valiosa do que as relações carnais que ele tinha com as mulheres, ainda mais tratando-se de Davi, que era bem galinha. Davi ainda cuidou de Mefibosete, filho de Jônatas, que foi o único dos descendentes de Saul a não ser enforcado, conforme Davi havia prometido ao seu camarada.
Karl Marx e Friedrich Engels
Os comunistas também estão representados pelos criadores do movimento. Os dois se conheceram quando Engels foi visitar a redação da Gazeta Renana, da qual Marx era redator-chefe, mas a amizade se aprofundou quando Engels foi visitar Marx em Paris, em 1844, no período em que Engels disse mais tarde que o seu amigo se tornou socialista. Os dois trabalharam juntos, fundaram um jornal (Nova Gazeta Renana) e formularam o livro que é considerado a Bíblia comunista: O Manifesto Comunista, elaborado por Marx e escrito por Engels, que se tornou o seu discípulo mais fiel. Marx não sabia lidar muito bem com o dinheiro, e era Engels quem o salvava, dando-lhe uma gorda mesada para pagar suas dívidas. Engels também teria assumido um filho que seu amigão teve com uma empregada. Engels ajudou Marx até ele morrer, em 1883, e foi uma das onze pessoas que foram ao seu enterro. Engels compilou toda a obra de seu mestre e sobre ele, disse que: "o nome e a obra de Marx persistirão ao longo dos tempos".
C.S. Lewis e J.R.R. Tolkien
Pouca gente sabe, mas os autores de As Crônicas de Nárnia e de Senhor dos Anéis eram grandes amigos, apesar de terem algumas diferenças. Lewis era muito católico, e Tolkien era ateu, o que fazia os dois discutirem o tempo todo, como quando Tolkien implicou com a mensagem cristã de "O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa", primeiro volume publicado da série "As Crônicas de Narnia", em 1950, e ele aparentemente odiou a luta alegórica entre o Bem e o Mal criada pelo amigo, com Jesus sendo representado pelo grande leão Aslan. Mas de tanto andar com Lewis, Tolkien acabou acreditando na existência de Deus, porém, para fazer oposição ao amigo católico, virou protestante. Tolkien também implicou com a futura mulher de Lewis, Joy Gresham, dizendo que ela estava retirando Lewis de seu círculo de amigos mais próximos. Que amigo mais ciumento... Lewis foi o primeiro a ouvir a história de "Senhor dos Anéis" e, se não fossem os seus conselhos e incentivo, talvez essa obra nem fosse tão famosa.
Einstein - Bohr - Heisenberg
Albert Einstein, Niels Bohr e Werner Heisenberg eram cientistas alemães e meio chegados. Einstein, o mais velho e mais conhecido, gostava de debater e de implicar com as ideias de Bohr, que também rejeitou a ideia de seu amigo de que a luz em si consiste de partículas localizadas (quanta). Seus debates foram muito importantes para a filosofia da ciência. Os dois tiveram que fugir da Alemanha quando Hitler assumiu o poder por serem judeus, com Einstein indo pra Bélgica e Bohr para a Inglaterra. Mas antes de ter que fugir, Bohr tinha conhecido o jovem Heisenberg. Os dois se conheceram quando Heisenberg apontou uma falha matemática nos argumentos de Bohr, e eles passaram a trabalhar juntos desde então. E o que poderia sair de um encontro entre esses três gênios? A famosa Teoria da Incerteza, criada por Heisenberg e Bohr e debatida por ele e Einstein.
Martin Luther King e Malcolm X
Os dois líderes negros mais famosos dos EUA eram amigos, apesar de discutirem entre si o melhor método para que consolidar a igualdade racial. Martin era pastor de uma Igreja Batista, e defendia a luta de forma pacífica. Já Malcolm era muçulmano, e era mais radical, defendendo a separação das raças e um Estado autônomo para os negros. Martin foi um dos líderes do famoso boicote aos ônibus de Montgomery, após a negra Rose Parks ter sido expulsa do ônibus e presa depois de se negar a ceder seu lugar para um branco. Ele se inspirava nos movimentos de desobediência civil e de não-violência idealizados por Mahatma Ghandi, organizou e liderou marchas a fim de conseguir o direito ao voto, o fim da segregação, o fim das discriminações no trabalho e outros direitos civis básicos. A maior parte destes direitos foi, mais tarde, agregada à lei estado-unidense com a aprovação da Lei de Direitos Civis (1964), e da Lei de Direitos Eleitorais (1965), e em 1964 foi o mais jovem a receber um Prêmio Nobel da Paz. Já Malcolm teve uma infância triste: aos seis anos, perdeu seu pai, vítima de um assassinato, e como sua mãe tinha sido internada como louca, ele e seus irmãos tiveram que viver em orfanatos. Na adolescência, virou assaltante e traficante de drogas, até que foi preso e tornou-se islâmico, através dos ensinamentos de Elijah Muhammed. Suas ideias radicais não deram certo, mas o tornaram famoso, e depois de ir à Meca, cidade sagrada dos muçulmanos, mudou o seu nome para Al Hajj Malik Al-Habazz. A partir daí, passou a defender uma posição conciliatória em relação aos brancos, fato que o deixou isolado com os seus seguidores muçulmanos. Ambos perderam a vida com a mesma idade (39 anos) e de forma trágica: Malcolm X foi assassinado em 1965 com 13 tiros, ao lado de sua mulher Betty, que estava grávida, e de suas quatro filhas enquanto discursava no Harlem. Nunca descobriram quem o matou, mas a polícia chegou a culpar os islâmicos. Martin Luther King foi morto em 1968, momentos antes de uma marcha, no Memphis, e James Earl Ray, fugitivo de uma penitenciária, chegou a confessar o crime, mas depois retirou a confissão. O fato é que ambos entraram para a história como mártires da igualdade racial.
Enfim, amigo verdadeiro é assim mesmo: vocês discutem, brigam, fazem as pazes, choram, se abraçam e não vivem um sem o outro. E o Besteiras Bestificantes deseja a todos os seus leitores um Feliz Dia do Amigo!
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